Nunca desligar o notebook é perigoso? Veja o que dizem os especialistas
Um ritual tão comum quanto encerrar um dia de trabalho (ou diversão) no notebook pode gerar um grande dilema. Tudo porque existem diversos mitos e teorias em torno do processo de desligamento do equipamento. Muitos acreditam que apenas fechar o aparelho pode ser prejudicial. Outros insistem que desligar pode ser muito mais nocivo. Para não restar dúvidas, o TechTudo conversou com o analista de sistemas Iury Vieira, de Fortaleza, para pôr um fim nesse mistério. Afinal, nunca desligar o notebook é perigoso?
A resposta curta é não. Contudo, a verdade é que existem vantagens e desvantagens em ambas as práticas. Desligar completamente o aparelho gera mais estresse no circuito, mas ajuda a encerrar processos que podem estar atrapalhando o desempenho. O modo de hibernação, por outro lado, acelera o retorno às atividades, porém gasta mais energia. No fim das contas, o hábito mais benéfico a longo prazo depende de suas prioridades.
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Desligar o notebook tem as suas vantagens, mas a prática não é imperativa
Divulgação/Dell
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No índice abaixo, veja os tópicos que serão abordados para acabar com a sua dúvida:
Vantagens de desligar o notebook sempre
Desvantagens de desligar o notebook sempre
Vantagens de nunca desligar o notebook
Desvantagens de nunca desligar o notebook
Vantagens de colocar o notebook para hibernar
Desvantagens de colocar o notebook para hibernar
O que significa “suspender” o notebook?
As indicações para notebook e computador de mesa são diferentes?
Conclusão
1. Vantagens de desligar o notebook sempre
Se por um lado a prática de desligar completamente o notebook limita a praticidade do aparelho, ela também traz uma série de vantagens. Para começar, o processo estende a autonomia da máquina ao eliminar o totalmente o consumo de energia, que ainda existe no modo de espera. Mas talvez o maior benefício seja sentido no poder de processamento.
Em entrevista ao TechTudo, o analista Iury Vieira explica que essa é a melhor maneira de evitar o acúmulo de processos silenciosos, que podem sobrecarregar a máquina com o tempo. Ele também dá uma dica importante.
É recomendado desligar ou reiniciar o computador pelo menos uma vez por semana para evitar glitches (falhas inesperadas) no sistema e softwares.
Desligar completamente o notebook tem vantagens e desvantagens
Reprodução/Freepik
2. Desvantagens de desligar o notebook sempre
Desligar o notebook constantemente pode ser inconveniente para usuários que dependem do acesso imediato a aplicativos e arquivos, pois o processo de inicialização consome tempo e interrompe a fluidez do trabalho. “Porém, isso vai depender de uma série de fatores. A tecnologia de armazenamento, por exemplo, influencia muito mais,” alerta Vieira. “Um notebook com SSD possui uma velocidade de início amplamente superior à de um com HD, independentemente da rotina de desligamento.”
Além disso, desligamentos frequentes aumentam o ciclo de carga e descarga da bateria, o que, paradoxalmente, pode acelerar seu desgaste a longo prazo se feito de maneira excessiva. Afinal, cada ciclo diminui a vida útil total do componente. Para ambientes corporativos ou quem usa o notebook como servidor temporário, desligá-lo completamente também pode interromper processos em segundo plano, como atualizações automáticas ou backups programados.
3. Vantagens de nunca desligar o notebook
Um notebook fechado consome menos energia, mas não está completamente desligado
Divulgação/HP
Manter o notebook sempre ligado garante um melhor aproveitamento da natureza portátil do equipamento, ao permitir acesso instantâneo constante a sistemas e aplicativos. Esse hábito também permite a manutenção de processos em segundo plano sem interrupções, como no caso de downloads volumosos ou monitoramento remoto, o que pode otimizar a produtividade mesmo depois das horas de trabalho. Segundo o analista, o medo de exigir demais dos componentes do sistema é coisa do passado.
Atualmente as tecnologias já permitem o uso ininterrupto dos equipamentos de uma forma mais saudável. As peças não sofrem tanto estresse como os computadores antigos
Aparelhos modernos interrompem a carga de suas baterias de íon-lítio ao atingir 100% e optam por consumir energia diretamente da tomada, estratégia que viabiliza um uso contínuo sem preocupações.
4. Desvantagens de nunca desligar o notebook
Deixar o notebook sempre ligado aumenta o risco de superaquecimento, especialmente se o dispositivo for usado em superfícies inadequadas, como camas e travesseiros. Esse resfriamento periódico é especialmente crucial em regiões com temperaturas elevadas, como o Rio de Janeiro e estados do Nordeste, e evita danos irreversíveis, como o inchaço das células de lítio ou a redução permanente da capacidade de carga.
Além de expor a bateria a riscos desnecessários, nunca desligar o notebook pode prejudicar a preservação do hardware como um todo, alerta o especialista. “No caso dos notebooks, existe uma preocupação maior com a vida útil das próprias peças,” conta. Enquanto estão desligados, componentes como a ventoinha e o processador interrompem seu funcionamento, o que evita o desgaste contínuo. “Deixar o equipamento sempre ligado pode causar ainda mais desgastes em altas temperaturas,” revela o analista.
5. Vantagens de colocar o notebook para hibernar
Retomar o uso de um notebook em hibernação é prático e eficiente
Reprodução/Pexels
O modo de hibernação salva o estado atual do sistema no armazenamento permanente, seja HD ou SSD. Assim, o aparelho consegue desligar completamente seus componentes sem a necessidade de reiniciar suas atividades. O consumo de energia é zero durante o período de inatividade, ao custo de um retorno ligeiramente mais demorado que o modo de suspensão.
Para viagens ou situações onde o notebook não será usado por algumas horas, a hibernação é o modo mais indicado para preservar a bateria. É uma alternativa segura para quem busca equilíbrio entre a praticidade da suspensão e a eficiência energética do desligamento, sem sobrecarregar componentes hardware.
6. Desvantagens de colocar o notebook para hibernar
Além da demora maior ao retornar para as atividades, quando comparado à uma suspensão tradicional, a hibernação consome espaço significativo no armazenamento, devido a necessidade de salvar uma imagem completa da memória RAM no disco rígido. Em dispositivos mais antigos, com capacidade limitada, isso reduz o espaço disponível para arquivos e pode causar instabilidade ao retomar, como falhas em drivers e aplicativos.
7. O que significa “suspender” o notebook?
De acordo com o analista de sistemas, “a suspensão é um estado em que o computador gasta pouca energia, sendo possível iniciar e retomar o uso instantaneamente no ponto que parou”. Equilibra eficiência e praticidade, o que torna uma prática mais indicada para pausas curtas, como durante reuniões ou intervalos, segundo o especialista.
Na prática, ao ativar esse modo de economia de energia, o notebook mantém processos chaves ativos na memória RAM, enquanto desliga parcialmente componentes menos essenciais, como o processador e a tela. Dessa forma, o sistema consegue retomar o trabalho em segundos, sem desperdiçar energia.
Porém, vale reforçar que, diferente do modo de hibernação, o consumo de energia pode ser baixo, mas não é nulo. Após um longo período de tempo sem alimentação, caso o aparelho fique sem qualquer energia e precise desligar, os dados não salvos não serão preservados na memória volátil.
8. As indicações para notebook e computador de mesa são diferentes?
Apesar de compartilharem recomendações gerais, há dicas específicas para cada caso
Divulgação/NVIDIA
De modo geral, as preocupações com o acúmulo de processos e gasto de energia continuam iguais. Contudo, a construção única de cada formato resulta em uma diferente adaptação ao uso sem desligamentos. “O desktop é mais recomendado para esse tipo de funcionamento, pois possui um melhor sistema de refrigeração,” explica Vieira.
O especialista ainda reforça que, para notebooks, é mais crítico gerenciar ciclos de carga e calor, para preservar a bateria. Desktops, por outro lado, podem ficar ligados continuamente com menos riscos, desde que tenham um resfriamento adequado. Em termos de segurança, ambos estão sujeitos a surtos elétricos quando plugados a tomada, mas os gabinetes costumam estar conectados a estabilizadores e, portanto, tendem a ser mais resilientes e seguros para tal atividade.
No entanto, para economizar energia, desligar ambos quando não usados por longos períodos segue sendo aconselhável.
9. Conclusão
A escolha entre desligar, suspender ou hibernar o notebook deve se basear no seu perfil de uso. “No fim, tudo vai depender de quais são as suas necessidades. Caso precise ter acesso remoto ou instantâneo aos seus arquivos e processos, por exemplo, é melhor não desligar o equipamento após o uso,” aconselha o analista Iury Vieira.
De modo geral, para quem prioriza produtividade contínua, deixar o dispositivo ligado ou em suspensão é viável, desde que sejam adotados os cuidados adequados. Já usuários casuais, que não querem estresse desnecessário, devem optar por desligamentos completos sempre que possível, para evitar problemas de desempenho como programas lentos, pouco responsivos.
Com informações de XDA e Pranav Bhardwaj.
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