Notebook sem placa de vídeo vale a pena? Veja prós e contras da escolha


Comprar um notebook envolve a escolha entre diversos modelos, e a variedade de especificações pode ser avassaladora. Uma das características que mais gera dúvidas e impacta o valor final do produto é a “placa de vídeo”. Para muitos, a decisão se resume a uma pergunta: preciso mesmo de um modelo com uma placa de vídeo dedicada, ou uma versão com gráficos integrados já é o suficiente para as minhas tarefas?
A resposta está longe de ser um simples “sim” ou “não”, pois depende do seu perfil de uso. A Unidade de Processamento Gráfico (GPU), popularmente conhecida como placa de vídeo, é o cérebro visual do seu notebook, responsável por processar tudo o que você vê na tela. A escolha entre um modelo com gráficos integrados (iGPU) ou com uma placa dedicada (dGPU) não é uma questão de “bom” versus “ruim”, mas sim de encontrar o equilíbrio certo. Esta matéria do TechTudo irá te ajudar a entender as diferenças e apresentar os prós e contras de cada opção.
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Notebook sem GPU dedicada tem limitações, mas pode ser a melhor escolha para o trabalho
Divulgação/Positivo
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No índice abaixo, veja tudo o que você precisa saber antes de decidir se vale a pena comprar um notebook sem placa de vídeo dedicada:
Diferenças entre placa de vídeo integrada e dedicada
Prós de um notebook sem placa de vídeo
Contras de um notebook sem placa de vídeo
Afinal, eu preciso de um notebook com placa de vídeo dedicada?
1. Diferenças entre placa de vídeo integrada e dedicada
Para fazer uma boa escolha, é essencial compreender como cada tipo de placa de vídeo funciona. Uma GPU integrada (iGPU) não é um componente separado, mas sim um conjunto de núcleos de processamento gráfico que reside no mesmo espaço que o processador principal (CPU). Sua principal característica, e também sua maior limitação, é o uso de memória compartilhada. Ela “pega emprestado” uma porção da memória RAM do sistema para realizar suas tarefas, o que é eficiente em termos de energia, mas pode criar gargalos de desempenho.
Uma GPU dedicada (dGPU), por outro lado, é um componente de hardware completamente separado. Instalado diretamente na placa-mãe, possui seu próprio processador gráfico e, o mais importante, sua própria memória de altíssima velocidade, a VRAM (Video RAM). A VRAM é o grande diferencial, pois permite que a GPU acesse dados gráficos complexos, como texturas e modelos 3D, de forma ultrarrápida, liberando a memória RAM do sistema para ser usada exclusivamente pela CPU e outros aplicativos.
É crucial quebrar um mito antigo: gráficos integrados não são mais sinônimo de desempenho inutilizável. As iGPUs modernas, como a série Intel Iris Xe e as AMD Radeon Graphics, representam um grande salto de performance em comparação com as gerações passadas. Essa evolução criou um cenário onde a escolha não é mais entre “boa” e “ruim”, mas sim entre “funciona bem para a maioria das tarefas” (iGPU) e “funciona excelentemente para todas as tarefas, incluindo as mais pesadas” (dGPU).
É preciso entender o seu tipo de uso antes de escolher um notebook com ou sem placa de vídeo
Divulgação/Pexels (Ron Lach)
2. Prós de um notebook sem placa de vídeo
Optar por um notebook com gráficos integrados não é apenas uma decisão de economia. Essa escolha traz uma série de vantagens que se combinam para criar uma experiência otimizada para mobilidade e eficiência. Veja os principais pontos positivos:
Preço mais baixo
A vantagem mais óbvia é o custo. A economia vai muito além do preço do chip gráfico em si, pois a ausência de uma placa de vídeo dedicada gera um efeito cascata em todo o projeto do notebook. Elimina-se a necessidade de módulos de memória VRAM dedicados, de componentes de energia adicionais na placa-mãe e, principalmente, de um sistema de refrigeração mais complexo e caro. Essa cadeia de economia reduz significativamente o custo de fabricação e, consequentemente, o preço final para o consumidor, tornando a tecnologia mais acessível.
Aquece menos
As GPUs integradas consomem menos energia e geram menos calor do que uma placa dedicada, resultando em uma operação muito mais fria. Isso leva a um menor risco de thermal throttling, um mecanismo em que o processador reduz sua velocidade para evitar danos por superaquecimento. Na prática, isso significa que o notebook mantém um desempenho mais estável em tarefas cotidianas e proporciona um maior conforto de uso, especialmente quando apoiado no colo, sem aquela sensação de calor excessivo na base do aparelho.
Bateria tende a durar mais
O menor consumo de energia da GPU integrada se traduz diretamente em uma maior autonomia de bateria. Uma placa de vídeo dedicada é um dos componentes que mais consomem energia, mesmo quando não está sendo usada intensivamente. Ao eliminar esse componente, o consumo geral do sistema cai drasticamente, permitindo que a bateria dure significativamente mais. Para estudantes, profissionais em trânsito e qualquer pessoa que valorize a liberdade de trabalhar longe da tomada, esta é uma das vantagens mais impactantes.
Mais leve, mais fino
A ausência de um chip gráfico dedicado, de seus módulos de memória VRAM e, principalmente, de um sistema de refrigeração robusto (com mais tubos de calor e ventoinhas) libera um espaço físico precioso dentro do notebook. Essa economia de espaço é o que permite aos fabricantes criarem os chamados “ultrabooks”: dispositivos extremamente finos e leves, com peso muitas vezes inferior a 1,5 kg. Essa portabilidade máxima é ideal para quem precisa carregar o aparelho na mochila todos os dias, seja para a faculdade, para o trabalho ou para viagens.
Silencioso
Menos calor significa que as ventoinhas do sistema de refrigeração não precisam trabalhar com tanta frequência ou em rotações tão altas. Em tarefas leves, como navegar na internet, escrever um texto ou assistir a um filme, muitos notebooks com gráficos integrados conseguem com as ventoinhas em velocidade mínima. Isso resulta em uma experiência de uso quase completamente silenciosa, proporcionando um ambiente de trabalho ou estudo mais agradável, focado e livre das distrações sonoras constantes de um sistema de refrigeração mais potente.
Notebooks sem placa de vídeo são opções mais interessantes para uso empresarial
Divulgação/HP
3. Contras de um notebook sem placa de vídeo
Apesar de suas muitas vantagens, a arquitetura de gráficos integrados impõe limitações claras que podem ser um obstáculo para certos tipos de usuários. Principalmente aqueles que utilizam programas mais pesados de edição de vídeo, modelagem 3D ou arquitetura. Gamers também terão uma experiência menos imersiva em jogos pesados. Veja os principais pontos negativos de um notebook sem placa de vídeo:
Programas de edição podem não rodar
Softwares profissionais modernos de edição de vídeo, modelagem 3D e engenharia teriam dificuldades em um notebook “sem placa de vídeo”. Esses programas são projetados para utilizar um processo chamado “aceleração por hardware”, descarregando tarefas pesadas da CPU para os processadores especializados de uma GPU dedicada.
Tentar editar vídeos em 4K, aplicar efeitos em tempo real ou renderizar projetos tridimensionais complexos sem uma placa de vídeo dedicada pode ser uma experiência extremamente lenta e frustrante. Problemas como travamentos na pré-visualização e tempos de exportação que podem levar hora se tornariam frequentes.
Jogar só o básico
Embora as GPUs integradas modernas tenham evoluído a ponto de rodar muitos jogos populares, elas ainda encontram seu limite em títulos mais exigentes. Tentar rodar jogos pesados em resolução 1080p com qualidade gráfica média ou alta resultará em baixas taxas de quadros por segundo (FPS), tornando a experiência “travada” e desagradável. Gráficos integrados são bons para jogos mais leves, como títulos de e-sports (Valorant, League of Legends), mas são insuficientes para os gamers que desejam aproveitar os lançamentos mais recentes com a qualidade visual para a qual foram projetados.
CPU e GPU “disputam” a operação
lO compartilhamento da memória RAM entre o processador principal e os gráficos integrados cria um gargalo de largura de banda. A RAM funciona como uma “estrada” para os dados. Quando a CPU (processando a lógica de um programa) e a iGPU (desenhando os gráficos) precisam usar essa mesma estrada simultaneamente em uma tarefa pesada, ocorre um congestionamento. Esse fenômeno impede que ambos os processadores atinjam seu potencial máximo, podendo causar “engasgos” (stuttering) e uma queda geral na responsividade do sistema, mesmo que a média de FPS atingidos seja aceitável.
Tecnologias de imagem não suportadas (e alguns monitores externos também)
As placas de vídeo dedicadas modernas trazem tecnologias de aprimoramento de imagem que simplesmente não estão disponíveis em GPUs integradas por falta de hardware especializado. O Ray Tracing, que simula o comportamento físico da luz para criar reflexos e sombras ultrarrealistas, e o DLSS/FSR, que usam IA para aumentar o FPS com mínima perda de qualidade visual, são recursos exclusivos de placas dedicadas. Além disso, embora as iGPUs consigam alimentar mais de um monitor, elas podem ter dificuldades em suportar múltiplas telas com altas taxas de atualização (como 144Hz) ao mesmo tempo.
Multitarefas limitado
O compartilhamento de recursos se torna um problema evidente em cenários de multitarefa intensa, que são cada vez mais comuns no trabalho e nos estudos. Participar de uma videoconferência em alta qualidade, enquanto se mantém dezenas de abas do navegador abertas, um software de música em streaming e uma planilha complexa, pode levar a uma experiência de uso lenta e com travamentos. Nesse cenário, todos os aplicativos competem pela mesma e limitada memória RAM, que pode se esgotar rapidamente e forçar o sistema a usar o lento armazenamento em disco como memória virtual.
A falta da GPU dedicada impacta diretamente no desempenho do notebook
Divulgação/HP
4. Afinal, eu preciso de um notebook com placa de vídeo dedicada?
Após analisar os prós e contras, a decisão final se resume a um alinhamento honesto entre o seu perfil de uso e as capacidades de cada tecnologia. Para o usuário cotidiano e estudante, cujas tarefas se concentram em navegar na internet, assistir a vídeos, trabalhar com o pacote Office e participar de videochamadas, um notebook com gráficos integrados é a escolha mais inteligente. O desempenho é mais do que suficiente para essas atividades, e os benefícios em preço, bateria e portabilidade serão muito mais valiosos.
Para o criador de conteúdo casual, programador ou entusiasta de e-sports, o cenário é mais complexo. Uma iGPU moderna e potente, como as últimas gerações da Intel Iris Xe ou AMD Radeon Graphics, pode ser suficiente, especialmente se o orçamento for um fator limitante. No entanto, investir em um notebook com uma dGPU de entrada, como uma NVIDIA GeForce RTX 3050 ou 4050, proporcionará uma experiência visivelmente mais fluida e rápida, além de preparar melhor o equipamento para futuras atualizações de software. É um investimento direto na sua produtividade.
Nem todo usuário precisa, de fato, de um notebook com placa de vídeo dedicada
Reprodução/Amazon
Por fim, para o gamer hardcore e o profissional de criação, que joga os últimos lançamentos com alta qualidade gráfica ou edita vídeos em 4K, a placa de vídeo dedicada é absolutamente indispensável. Para este perfil, a questão não é “se” precisa de uma dGPU, mas sim “qual” modelo escolher. Ao buscar por um notebook dessa categoria, vale a pena procurar por modelos que anunciem a presença de um MUX Switch, um chip que cria uma conexão direta entre a dGPU e a tela, eliminando gargalos e aumentando o FPS nos jogos.
Com informações de HP, Lenovo, Asus e Profesional Review
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