iPhone 17: vale a pena importar dos Estados Unidos? Advogado explica regras


O tão aguardado iPhone 17 estreou no mercado internacional nesta terça-feira (9) com preço inicial de US$ 799, um valor que pode parecer muito atraente aos consumidores brasileiros à primeira vista. Por aqui, o produto vai custar 7.999. Mas, para entender se realmente vale a pena importar o novo modelo da Apple, é fundamental considerar uma série de custos que não estão na etiqueta e que pesam — e muito — na decisão. Eles vão desde o sales tax americano, que varia significativamente entre estados, até o IOF de 3,5%, hoje aplicado uniformemente em transações internacionais. Isso sem contar a possível tributação sobre o aparelho na chegada ao Brasil, conforme as regras da Receita Federal.
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Para auxiliar os leitores a entender os trâmites envolvidos na importação do iPhone, o TechTudo conversou com o advogado tributarista Geraldo Cicari. Ao site, ele explicou como funciona a cota de isenção de US$ 1.000 para bens trazidos de viagens internacionais e quais situações permitem “se livrar” — com segurança e dentro da legalidade — da cobrança desse imposto. Segundo o especialista, antes de decidir pela compra no exterior, é essencial colocar todos os custos na ponta do lápis e entender se a aquisição faz realmente sentido. A seguir, veja se vale a pena importar o iPhone 17 dos Estados Unidos e conheça as regras para esse tipo de compra internacional.
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iPhone 17: vale a pena importar dos Estados Unidos? Veja regras
Mariana Saguias/TechTudo
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iPhone 17: vale a pena importar dos Estados Unidos? Advogado explica regras
Está de viagem marcada para os Estados Unidos e pretende comprar o iPhone 17? Nesta matéria, explicamos tudo o que você precisa saber antes de decidir importar o novo celular da Apple.
IOF brasileiro
Imposto nos Estados Unidos
Regras para taxação de eletrônicos no Brasil
Cuidados ao comprar no exterior
Afinal, vale a pena importar o iPhone 17?
IOF brasileiro
O IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) representa uma etapa inevitável ao considerar a compra de um iPhone nos Estados Unidos. Desde maio de 2025, o governo fixou a alíquota em 3,5% para todas as operações internacionais — seja com cartão de crédito, débito, pré-pago ou remessas ao exterior. Antes, esses percentuais variavam, mas agora essas operações têm taxa única de 3,5%.
Se a compra do aparelho for concluída com cartão de crédito internacional, tanto nas lojas físicas quanto online, esse IOF de 3,5% incidirá diretamente na fatura, somado à cotação turismo e às margens de spread aplicadas pelos bancos. Por isso, mesmo que o preço nos EUA pareça vantajoso, o valor final pode subir mais que o esperado.
Sem o cálculo adequado de custos, compra do iPhone 17 no exterior pode sair mais cara que no Brasil
Mariana Saguias/TechTudo
Uma alternativa que antes permitia escapar dessa “carga” era recorrer a contas internacionais em dólar, como a Wise, Nomad, Inter Global ou C6 Global. Nelas, era possível transferir reais, converter a câmbio comercial (mais acessível que o turismo) e usar o saldo com um cartão de débito com IOF reduzido sobre a compra.
Esse caminho era visto como mais econômico porque combinava câmbio mais justo com menor tributação. No entanto, a recente unificação do IOF agora também impacta essas operações: mesmo ao converter reais para dólar nessas plataformas, a alíquota também foi elevada para 3,5%. Isso significa que a vantagem tributária de tais contas internacionais praticamente desapareceu — o custo de conversão foi elevado e não compensa tanto quanto antes.
Um comparativo prático ilustra bem: antes era possível, via instituições como Wise ou Nomad, pagar apenas cerca de 1,1% de IOF na conversão e aproveitar o dólar comercial com spreads reduzidos. Agora, o IOF aplicado sobe para 3,5% até mesmo nessas operações, o que reduz muito a economia esperada.
Imposto nos Estados Unidos
Outro aspecto relevante é o imposto sobre vendas norte-americano, conhecido como sales tax. Diferente do Brasil, não existe um valor único em todo o país, já que cada estado define suas próprias alíquotas. Enquanto Oregon, Delaware, New Hampshire e Montana não cobram sales tax, em localidades como Nova York e Califórnia a taxa pode ultrapassar 8%.
Essa variação faz com que o preço final do iPhone mude conforme o local da compra — vale lembrar que turistas não têm isenção automática desse tributo. Assim, o indicado é dar preferência aos estados que não aplicam impostos sobre as vendas. Também é possível aproveitar lugares com taxas de impostos mais baixas, como o Alasca e o Havaí.
Além disso, o sistema de tax free está presente no Texas e na Louisiana. Nesses lugares, os consumidores pagam impostos no momento da compra, mas recebem o reembolso posteriormente.
Nos EUA, cada estado define sua própria alíquota de sales tax, enquanto alguns não cobram imposto sobre vendas
Reprodução/Amazon
Regras para taxação de eletrônicos no Brasil
Ao voltar para o Brasil com um eletrônico comprado no exterior, é preciso observar as regras da Receita Federal. O advogado tributarista Geraldo Cicari esclarece que, na volta, há isenção sobre bens manifestamente pessoais, como smartphones, máquinas fotográficas e relógios que já tenham marcas de uso, fora da caixa, sem lacre — sendo permitido um bem por pessoa. “Se o viajante sair do país com um celular e comprar outro no exterior, não precisará recolher imposto sobre o novo celular se o anterior não for trazido de volta”, explica.
Bens de uso pessoal, como celulares, câmeras e notebooks usados, podem ter isenção de imposto na volta ao Brasil
Reprodução/Getty Images (Picture Alliance)
O especialista afirma ainda que a isenção não se aplica a outros itens eletrônicos, como tablets ou computadores portáteis, ou se o viajante retornar com um smartphone lacrado ou dois smartphones de uma vez (mesmo que usados). Cicari esclarece que, nesses casos, aplica-se uma regra geral: cota pessoal de isenção de US$ 1.000 em viagens aéreas ou marítimas e US$ 500 em viagens terrestres, fluviais ou lacustres. Sobre o excedente, há tributação de 50%.
“Por exemplo, se é adquirido um tablet por US$ 1.100,00, aplica-se a isenção de US$ 1.000,00 e, em seguida, incide-se o tributo de 50% sobre o valor remanescente: US$ 100,00. Nesse caso, o imposto será de US$ 50,00, convertido em reais com o câmbio vigente na data da declaração do bem, geralmente, a data do retorno ao Brasil”, explica Cicari.
Tomando o iPhone 17 Pro Max de 256 GB como exemplo, que custa US$ 1199, o viajante teria que pagar US$ 99,5 de excedente (50% do valor ultrapassado). Segundo Cicari, a taxa pode ser paga via Pix ou cartão de crédito na própria alfândega. Ele ainda destaca que a cota de isenção é concedida a cada intervalo de 30 dias, ou seja, se uma pessoa fizer duas viagens internacionais nesse período, a cota se aplicará somente à primeira. Outro ponto de atenção é que o valor limite considera o somatório de tudo adquirido na viagem, com exceção dos bens pessoais.
Cuidados ao comprar no exterior
Antes de tomar a decisão de adquirir o iPhone 17 fora do Brasil, é essencial colocar todos os custos na ponta do lápis. O cálculo precisa incluir o preço do aparelho em dólar, o sales tax cobrado no estado da compra, o IOF brasileiro e a eventual tributação na alfândega. Vale reforçar que você pode deixar de pagar a tributação caso o aparelho seja adquirido para uso pessoal e esteja realmente com essa aparência.
Nesses casos, não é necessário declarar à Receita Federal, mas é imprescindível lembrar que a regra permite um celular por pessoa. Assim, você terá que escolher deixar seu iPhone antigo para trás ou arriscar ser taxado ao trazer os dois para o Brasil — se o viajante estiver na fila de “Nada a Declarar” e for flagrado com dois celulares, poderá ser multado em 50% do valor do produto.
O advogado tributarista reitera que atitudes como apresentar declaração falsa, inexata ou optar pelo canal de “Nada a Declarar” — sendo que a soma das aquisições é superior a US$ 1.000,00 ou no caso de estar com dois aparelhos celulares — sujeitam o viajante a uma multa de 50% sobre o excedente da isenção, além do pagamento do imposto de 50%.
“Assim, o custo final será de 100% sobre o valor do excedente da isenção, resultando em valores mais altos do que comprar o telefone no Brasil”, alerta o especialista. Ele ainda chama a atenção para outra situação: o fracionamento de diferentes produtos entre várias pessoas, como familiares, o que pode levar a fiscalização a entender que os bens seriam usados para comercialização, acarretando a perda da mercadoria.
Antes de trazer o iPhone 17 do exterior, é preciso considerar todos os custos e respeitar as regras de isenção da Receita Federal
Reprodução/Simple Flying
Afinal, vale a pena importar o iPhone 17?
Com tantas variáveis envolvidas, a resposta depende de cada caso. Em situações específicas, como compras realizadas em estados americanos sem sales tax e dentro da cota de isenção da Receita Federal, pode haver uma economia relevante em relação ao preço oficial no Brasil.
No entanto, ao se somarem as taxas americanas, o IOF, o câmbio desfavorável e a possibilidade de tributação na chegada, essa diferença de valor pode ser bastante reduzida. Além disso, é importante considerar questões como garantia, suporte técnico, possibilidades de parcelamento e descontos concedidos pelas lojas, que são mais fáceis no Brasil.
Preços da linha iPhone 17
iPhone 17 – R$ 7.999
iPhone 17 Air – R$ 10.499
iPhone 17 Pro – R$ 11.499
iPhone 17 Pro Max – R$ 12.499
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