Google deve pagar R$ 2,3 bilhões por violação de privacidade; entenda


O Google foi condenado na última quarta-feira (3) a pagar US$ 425,7 milhões (R$ 2,3 bilhões) por coletar dados dos usuários de maneira indevida. A big tech perdeu uma ação coletiva sobre privacidade nos Estados Unidos. Embora a decisão tenha ocorrido hoje, o caso começou em 2020, quando a empresa foi acusada de captar informações dos usuários que já haviam desativado a opção de rastreamento na configuração “Atividade na Web e de Apps”. Com o decreto, cerca de 98 milhões de usuários e 174 milhões de dispositivos serão beneficiados. A seguir, o TechTudo explica mais detalhes sobre o caso.
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Google vai pagar US$ 425 milhões por ter coletado dados de usuários; entenda o caso
Getty Images/ Michael M. Santiago
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Entenda o processo
O processo coletivo foi iniciado em julho de 2020, quando a big tech foi acusada de coletar dados dos usuários que já haviam desativado o rastreamento nas configurações de privacidade disponíveis na aba “Atividade na Web e de Apps”, na conta Google. Conforme informações da Reuters, as alegações apontam que o Google teria acessado, ao longo de oito anos, os dispositivos móveis dos usuários para coletar, salvar e utilizar informações de maneira indevida por meio do relacionamento com outras plataformas, como Uber, Venmo e Instagram, programas que usam determinados serviços do Google Analytics.
Por isso, os advogados dos autores pediram uma indenização de mais de US$ 30 bilhões. Porém, a resposta que veio na última terça-feira (2), considerou que a big tech deverá pagar o valor de US$ 425 milhões. Isso porque o júri entendeu que a empresa é responsável somente duas das três alegações de violação de privacidade e que não agiu com dolo, ou seja, não teve a intenção de causar danos.
Os advogados dos autores solicitaram mais de US$ 30 bilhões de indenização pela violação de privacidade. Contudo, o júri entendeu que o Google foi responsável por apenas duas das três acusações. Além disso, concluiu que a empresa não agiu com má-fé e que não houve violação de leis mais severas de proteção digital.
O que diz o Google?
Por outro lado, o Google nega irregularidades. No julgamento, afirmou que as informações coletadas eram “não pessoais, pseudônimas e armazenadas em locais segregados, seguros e criptografados”. A companhia ainda afirmou que os dados não estavam ligados às contas nem às identidades dos usuários. À Reuters, o porta-voz do Google, José Castaneda, informou que a empresa irá recorrer.”Esta decisão não compreende o funcionamento dos nossos produtos. Nossas ferramentas de privacidade dão às pessoas controle sobre seus dados e, quando elas desativam a personalização, honramos essa escolha” , disse.
Essa não é a primeira vez que a empresa enfrenta processos de violação de privacidade. No início de 2025, a companhia pagou quase US$ 1,4 bilhão ao Texas por acusações que teria violado as leis de privacidade do estado norte-americano. Já em abril de 2024, a empresa destruiu bilhões de dados das atividades de navegação privada dos usuários devido a um processo que dizia que o Google rastreava pessoas mesmo no modo privado ou anônimo.
Com informações de Reuters
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