Modo IA ou ChatGPT? Descubra qual IA dá as melhores respostas
O Modo IA do Google, recém-lançado no Brasil e o ChatGPT, da OpenAI, são ferramentas de inteligência artificial que podem ser utilizadas para a busca de informações na Internet. Se antes usuários precisavam percorrer diversos links em um buscador para achar os dados que procurava, hoje é possível contar com os softwares mencionados, que são capazes de sintetizar conteúdos, contextualizar respostas e até gerar planejamentos personalizados em poucos segundos. A seguir, analisamos suas principais diferenças e testamos ambos em situações reais para entender qual deles pode ser mais útil em diferentes contextos. Confira.
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Google IA Mode x ChatGPT: Qual é o melhor?
Reprodução/Gisele Veríssimo
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O que é o Modo IA?
“Modo IA” de pesquisa do Google chegou ao Brasil no início de setembro
Reprodução/Ryan Haines/Android Authority
O Modo IA do Google é uma funcionalidade de busca que utiliza inteligência artificial generativa para transformar a experiência de pesquisa dos usuários. Em vez de simplesmente listar links, a ferramenta sintetiza informações de diversas fontes da web e as apresenta em um resumo coeso e direto, diretamente na página de resultados. Isso permite que o usuário obtenha uma resposta imediata e contextualizada para perguntas complexas, como comparar produtos ou entender um conceito detalhado, sem precisar clicar em múltiplos sites.
A tecnologia, que chegou ao Brasil em setembro de 2025, está disponível na página inicial do Google. O recurso gera não apenas textos, mas também pode criar imagens e organizar informações em tópicos, tornando a busca mais visual e intuitiva. O objetivo do Modo IA é servir como um assistente especializado que resume o conhecimento disponível na internet de forma rápida e ‘confiável’.
Como funciona o ChatGPT?
O ChatGPT é uma ferramenta de IA muito popular e tem sido usado para pesquisas do dia a dia
Mariana Saguias/TechTudo
O ChatGPT é um chatbot de inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI que funciona como um assistente virtual capaz de manter conversas em linguagem natural. Seu funcionamento central é baseado em um modelo de linguagem (LLM ou Large Language Model, em Inglês) treinado com um enorme volume de dados textuais da internet, como livros, artigos e sites. Esse treinamento massivo permite que ele entenda o contexto de um diálogo, gere respostas coerentes e realize tarefas como traduzir textos, resumir conteúdos e até criar histórias originais a partir de um comando (prompt) dado pelo usuário.
Em termos práticos, o usuário interage com o ChatGPT digitando perguntas ou instruções em uma caixa de mensagens, semelhante a um aplicativo de mensagem instantânea. O algoritmo processa essa solicitação, prevê a sequência de palavras mais provável para formar uma resposta adequada e a devolve em segundos. Quanto mais claro e detalhado for o prompt do usuário, mais precisa e útil tende a ser a resposta. É importante notar que, embora seja muito avançado, o sistema pode ocasionalmente gerar informações imprecisas, pois não “pensa” como um humano, mas sim calcula probabilisticamente qual é o melhor texto a ser gerado em seguida.
AI Mode x ChatGPT
Para analisar qual das IAs responde melhor, realizamos quatro testes. O objetivo foi identificar a velocidade, clareza (nível de detalhamento e facilidade de entendimento), contexto (como cada um lida com perguntas que envolvem histórico da conversa ou informações) e utilidade. Veja como cada uma se saiu:
Teste 1: Quais são os tipos de violência? Liste-os e busque por um artigo que dê definições para eles.
Teste 1: IA Mode x ChatGPT (Definições e artigos acadêmicos)
Reprodução/Gisele Veríssimo
Neste teste, a ideia era montar uma aula para pré-vestibular sobre os tipos de violência. No primeiro prompt, foi pedido que as IAs criassem uma listagem com as definições, além de buscar artigos acadêmicos que embasassem cada uma delas. No Google IA Mode, As respostas foram detalhadas e apareceram em segundos, com abordagem dos tipos de violência como (autoprovocada, interpessoal e moral e suas subdivisões), links úteis e dois artigos sugeridos na área da saúde, que tratam dos conceitos e tipologias da violência.
Já o ChatGPT enviou em formato de tabela uma definição de cada um dos tipos de violência (doméstica, contra crianças, sexual, física, dentre outros), além de citar a definição de violência de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Embora o chatbot tenha disponibilizado os links de acesso das fontes, ele não enviou o artigo diretamente, mas questionou se gostaria que fosse buscado um artigo em português que reúna essas definições + pesquisas nacionais, pra usar como referência acadêmica”.
Teste 2: Faça um roteiro de viagem para Bali com duração de 7 dias
Teste 2: IA Mode x ChatGPT (planejamento de viagem)
Reprodução/Gisele Veríssimo
Ambos fizeram um itinerário aprofundado, com atividades para os sete dias. O Google IA Mode focou em explorar os destaques de Bali, “equilibrando cultura, natureza e praias paradisíacas” enquanto o ChatGPT tratou de tópicos extras como espiritualidade e relaxamento.
As sugestões de ambos incluíam visitas ao Templo de Uluwatu e trilha no Monte Batur. A função do Google tinha um ponto interessante: o de mostrar, com imagens, os locais mencionados, além de linká-los à página do Google Maps. Já o software da OpenAI também mencionou dicas extras em relação a tansporte, melhor época, uso de dinheiro em espécie e até de respeito cultural (como o uso de sarongue — uma peça de vestuário — e ombros cobertos em templos).
Teste 3: Meu manjericão está assim. O que pode ter acontecido? Me dê ideias de como recuperá-lo.
Teste 3: IA Mode X ChatGPT: recuperando uma planta fragilizada
Reprodução/Gisele Veríssimo
A meta, neste tópico, era testar a utilidade de ambos. Uma foto de um pé de manjericão plantado num vaso foi enviada e, em seguida, pedimos às IAs que listassem não apenas os motivos pelos quais a planta poderia estar fraca, como também o que poderia ser feito para que ela não morresse.
O Google IA (à esquerda) apresentou de forma clara as possíveis causas para o enfraquecimento do manjericão, como problemas de água, luz, nutrientes ou envelhecimento natural, oferecendo uma resposta útil e explicativa. O ChatGPT (à direita), por sua vez, também trouxe orientações práticas de recuperação, mas foi além ao perguntar se a usuária gostaria de receber um plano de 30 dias para acompanhar a melhora da planta. A diferença central, portanto, esteve no caráter mais propositivo e contínuo da resposta do ChatGPT. Além disso, embora a linguagem de ambos fosse clara, a resposta do ChatGPT utilizou emojis, o que deu um tom mais leve e amigável à interação.
Teste 4: Crie um resumo sobre mim com base em nossas conversas anteriores.
Resumos criados pelo IA Mode e pelo ChatGPT, respectivamente
Reprodução/Gisele Veríssimo
Na captura de tela apresentada, observa-se uma diferença clara entre as respostas das duas inteligências artificiais. O Google IA (à esquerda) limitou-se a explicar que não mantém um histórico contínuo das conversas e, portanto, não poderia criar um resumo personalizado da usuária com base em interações anteriores. Em vez disso, ofereceu alternativas mais gerais, como identificar temas recorrentes ou destacar preferências a partir das últimas mensagens, sem efetivamente produzir o resumo solicitado.
Já o ChatGPT (à direita) elaborou diretamente um resumo biográfico detalhado da usuária, fundamentado em informações compartilhadas ao longo de conversas anteriores. O texto traz elementos de sua trajetória acadêmica e profissional, destacando sua formação, pesquisa de mestrado, atuação como professora e presença digital. Assim, enquanto o Google IA se manteve em uma resposta explicativa e restritiva, o ChatGPT entregou de forma prática o conteúdo solicitado.
Teste 5: Me dê as últimas notícias no cenário político brasileiro.
Último teste: IA Mode e ChatGPT respondem sobre atualidades na política brasileira
Reprodução/Gisele Veríssimo
Nesta última comparação, nota-se que tanto o Google IA Mode quanto o ChatGPT entregaram informações atualizadas sobre o cenário político brasileiro, com destaque para a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e suas repercussões. O Google IA, entretanto, trouxe uma abordagem mais ampla ao mencionar também pautas em andamento no Congresso Nacional e a questão ambiental, além de sugerir vídeos para aprofundar o entendimento do caso. Já o ChatGPT estruturou a resposta em tópicos explicativos e detalhados, dando ênfase às consequências políticas, jurídicas e internacionais do julgamento, mas sem incluir links audiovisuais. Assim, enquanto o Google IA reforçou a diversidade de fontes e temas, o ChatGPT se concentrou em oferecer uma narrativa organizada e analítica sobre os desdobramentos principais.
Custo de assinatura
O Google IA Mode, por estar integrado ao buscador tradicional, é gratuito para qualquer usuário, sem necessidade de assinatura extra. O ChatGPT, por sua vez, possui uma versão gratuita baseada em modelos anteriores, mas para acessar os recursos mais avançados, é necessário assinar o ChatGPT Plus, que custa entre US$ 20 e US$ 200 mês (R$ 106 a R$ 1.060, respectivamente)*.
Qual é o melhor?
IA Mode ou ChatGPT: Qual é o melhor?
Reprodução/Gisele Veríssimo
Não há um “vencedor absoluto” entre o Google IA Mode e o ChatGPT, mas sim pontos fortes distintos. O Google IA se mostra mais ágil e integrado à web, oferecendo links, imagens e referências diretas que enriquecem a busca. Já o ChatGPT se destaca pela interação contínua e pelo caráter personalizado, capaz de relembrar conversas, criar planejamentos mais complexos e oferecer respostas em tom mais humano e analítico. Para quem deseja rapidez, visualidade e atualização em tempo real, o Google tende a ser mais prático. Já para quem busca aprofundamento, detalhamento ou até uma interação prolongada com memória de contexto, o ChatGPT se mostra mais completo. Em resumo, o “melhor” depende do objetivo do usuário: consulta imediata ou deep research (pesquisa profunda).
Com informações de TechTudo (1,2) e Discover Web Tech
*Valores referentes à data de apuração da matéria, setembro de 2025.
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